Não há porque nem como esconder um país manchado pelo tumor maligno do preconceito. Não adianta jogar no canto da prateleira, algo que não deve ser resolvido desta forma.
O país está, como sempre esteve, rotulado.
Estereotipado. E em momentos onde os nervos ficam à flor da pele, como é o caso
do período eleitoral, as pessoas mostram exatamente quem são. Não se enganem!
Não foi um momento de fúria ou revolta. Estes momentos não transformam pessoas.
Eles expõem o caráter das pessoas.
Então, os rótulos seguem. Comoo Brasil sempre foi:
Dividido, tatuado, marcado...
O Brasil!
Onde os negros fedem e são marginais.
Onde a negra é para o sexo e para o funk.
Onde os nordestinos são burros e maltrapilhos.
Onde o gay é promíscuo.
Onde a loira é fútil...
Onde o único impacto de se ter descamisados e
sem-teto nas calçadas das grandes cidades, é o fato da cidade ficar FEIA.
Porque turista não pode ver isso.
Onde os vários sotaques, que deveriam ser símbolo
da nossa essência e diversidade, são colocados como eixo central do
preconceito.
O país não é continental apenas pelo seu tamanho
territorial. É dividido pela estupidez dos rótulos.
E ainda por cima, há um “sentimento” de que as
vítimas devem se manter em silêncio. Porque se elas levantarem a voz, são
vistas como chatas e radicais. Tudo precisa continuar assim. Pra quê reagir?
Tava tudo indo tão bem antes dos questionadores... Há quem pense assim.
Um paradoxo. Paradoxo no país que sempre foi dividido.
Um país onde a mídia que repudia o preconceito com
reportagens esporádicas, é a mesma que o estimula em sua programação diária.
Um país onde a comunidade negra, tem, em mesmo
peso percentual, medo de bandido e da polícia.
Um país onde preconceito virou intolerância. Onde
nos dividimos entre intolerantes e/ou pessoas que, no máximo, se toleram.
Pessoas que se dividem a cada minuto...
E fica a pergunta: Quantos Brasis existem?
André Agostinho / DIRETOdosMANGUEZAIS
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