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A Revolução Pernambucana

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Seja de burca ou de biquini



















Em novembro passado, a Organização Mundial de Saúde classificou como inadmissível os dados de violência contra a mulher. Uma em cada três mulheres no mundo já sofreu algum tipo de violência. Trazendo para a realidade brasileira, a violência segue preocupando. O número de denúncias aumentou, o que levanta a discussão sobre: O que aumentou mais? A violência ou a coragem para denunciar? Na relação vítima x agressor, foi identificado que mais de 80% das denúncias está nas relações afetivas; Pouco mais de 12%, nas relações familiares, cerca de 6%, nas relações externas e 0,26%, nas relações homoafetivas.

O número de municípios de onde partem as denúncias aumentou de 50% para 70% e o número de mulheres que denunciaram após a primeira agressão, cresceu20%. De 2005, ano em que foi criado o serviço 180, a 2013, o número de denúncias ultrapassou a marca de 3,6 milhões de ligações. Em 2013 especificamente, foram 532.711 registros. Os dados são avassaladores. Mas as denúncias estão cada vez mais em evidência. Em São Luiz (MA), por exemplo, são registrados 15 casos de violência contra mulher por dia.

No resultado nacional, pra quem utilizou o 180 no primeiro semestre de 2014, a frequência das agressões denunciadas aponta que pouco mais de 43% ocorreram todos os dias; cerca de 33%, algumas vezes na semana; quase 10% algumas vezes no decorrer do mês; quase 6%, uma vez; 7% em outras situações; Em quase 65% dos casos, os filhos presenciaram as agressões; em 78%, os filhos também sofreram agressões; em 94%, o autor foi o parceiro ou o ex, ou um familiar da vítima.

De 1980 a 2010, foram assassinadas mais de 92 mil mulheres no Brasil. De 2001 a 2011, mais de 60% das mulheres assassinadas no nosso país, eram negras.

Tudo ainda é muito embrionário, em se falando de proteção às mulheres. No mundo todo! E países diferentes ditam suas regras de preconceito: Mulheres que são mutiladas por serem proibidas de sentir prazer; Mulheres que não podem ter relacionamento após divórcio, por serem consideradas adúlteras; Mulheres que são moldadas e condicionadas a partir do mecanismo machista. Seja usando burca, seja usando biquíni.

As feridas seguem abertas, mas mesmo embrionários alguns avanços, como a Lei Maria da Penha, permitiram reflexos na intensidade de lutas e questionamentos. Vozes passaram a ecoar. Muitas mulheres começaram a criar coragem e a mirar na sua liberdade. Mas ainda há muitas brechas. A falta de profissionais competentes suficiente para a prevenção e o combate à violência contra a mulher, assim como a burocracia e lacunas existentes na Lei, influencia explicitamente no aumento de homicídios, sobretudo por motivos passionais.

Ainda existe uma distância entre a lei e seu cumprimento por parte até de autoridades em alguns (diversos) lugares, como a jornalista Fabiana Moraes relata em sua reportagem especial chamada AVE MARIA.

É preciso que se viva na prática, o que na teoria é um grande passo, como a Lei que torna crime de tortura, a violência contra a mulher:


E é MUITO importante que as denúncias sigam acontecendo. O número 180 é gratuito e tem salvado pessoas. As vezes, a vítima pede socorro e nós não percebemos.

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